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Comprovado: Quiropraxia e exercícios são melhores do que medicamentos


Novas pesquisas mostram que consultar um quiropraxista ou praticar simples exercícios são ações mais eficazes para aliviar dores no pescoço do que depender de remédios contra a dor.

The New York Times, 3 de janeiro de 2012


O novo estudo é uma das poucas comparações que colocam lado a lado vários tipos de tratamento para dor cervical, um problema que afeta 75% dos norte-americanos em algum momento de suas vidas. Enquanto muitas pessoas procuram tratamento quiroprático, as evidências científicas sobre sua eficácia ainda são, na melhor das hipóteses, limitadas.

Mas o novo estudo, publicado nos “Anais de Medicina Interna” (The Annals of Internal Medicine), constatou que o tratamento quiroprático e simples exercícios feitos em casa foram mais eficazes na redução da dor do que o uso de medicamentos como aspirina, ibuprofeno ou narcóticos (tais como morfina, heroína e di-hidrocodeína).

“A diferença no resultado entre os tratamentos foi diminuindo ao longo do tempo de observação, mas continuaram existindo,” disse o Dr. Gert Bronfort, um dos autores do estudo e professor de pesquisa na Northwestern Health Sciences University in Minesota. “Mesmo após um ano de observação, ainda haviam diferenças entre o grupo que utilizou medicamentos e o que fez quiropraxia.”


Dores cervicais moderadas e agudas são alguns dos mais frequentes motivos que levam uma pessoa a procurar atendimento médico, gerando milhões de consultas todos os anos. Para os pacientes pode ser difícil lidar com este problema. Em alguns casos a dor e a rigidez surgem sem explicação, e há muitas opções de tratamento. Fisioterapia, analgésicos e manipulação espinhal são as opções mais comuns, mas o Dr. Bronfort quis descobrir porque existe tão pouca pesquisa relacionada ao tema.

“Existia um vazio na literatura científica em termos de quais são os melhores tratamentos,” ele disse.

Para realizar a pesquisa, o Dr. Bronfort e seus colegas recrutaram um grande grupo de adultos com dor cervical sem causa específica. Os sujeitos, ao todo 272, foram contatados através de um grande plano de saúde e anúncios. Então os pesquisadores dividiram os participantes em três grupos, e os acompanharam por 3 meses.

O primeiro grupo foi designado para consultar o quiropraxista em consultas de aproximadamente 20 minutos ao longo da pesquisa, fazendo uma média de 15 consultas.

O segundo grupo foi designado para utilizar remédios comuns contra a dor como Paracetamol e – em alguns casos, com indicação médica – medicamentos mais fortes como narcóticos e relaxantes musculares.

O terceiro grupo se encontrou duas vezes com fisioterapeutas que os instruíram a realizar exercícios simples e leves para o pescoço, os quais podiam ser feitos em casa. Eles foram aconselhados a fazer de 5 a 10 repetições de cada exercício, pelo menos 8 vezes ao dia.

Após 12 semanas, as pessoas nos grupos que não usaram medicamentos estavam significantemente melhores que aquelas que utilizaram medicamentos. Cerca de 57% daqueles que consultaram quiropraxistas e 48% dos que fizeram exercícios relataram que sentiam 75% menos dor. Já no grupo que utilizou medicamentos a redução da dor foi de 33%.

Um ano depois, quando os pesquisadores voltaram a checar os resultados, 53% dos sujeitos que receberam tratamento quiroprático continuaram relatando pelo menos 75% de redução da dor, resultado similar ao encontrado no grupo dos exercícios. Mas entre os que usaram medicamentos, houve apenas 38% de redução da dor.

Dr. Bronfort disse que foi uma “grande surpresa” ver que os exercícios caseiros foram tão eficientes quanto as seções de Quiropraxia. “Nós não esperávamos que os resultados seriam tão próximos”, ele disse. “Mas eu acho que estas são boas notícias para os pacientes.”

Além da limitada capacidade de redução da dor, os medicamentos tiveram pelo menos mais um ponto negativo: as pessoas continuavam a toma-los. “Um ano depois, as pessoas do grupo dos medicamentos continuaram usando uma grande quantidade de medicação mais frequentemente do que durante o período de acompanhamento da pesquisa,” disse o Dr. Bronfort. “Se você continuar tomando medicação por um longo período, então você está correndo mais riscos de desenvolver sintomas colaterais causados pelos medicamentos, tais como problemas gastrointestinais.”

Ele também demonstrou preocupação com o fato de que a dependência dos remédios faz com que a pessoa não seja ativa no tratamento e não tenha domínio sobre sua condição física, diferentemente dos outros grupos. “Nós achamos que é importante os pacientes serem habilitados a ter o máximo de controle sobre sua condição física,” ele disse. “Este estudo mostra que eles podem desempenhar um importante papel no seu próprio tratamento.”

Fonte: ‘The New York Times’; 3 de janeiro de 2012; – http://well.blogs.nytimes.com/2012/01/03/for-neck-pain-chiropractic-and-exercise-are-better-than-drugs/

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